Nos últimos anos, novas ferramentas surgiram para otimizar nosso trabalho: IAs, templates, automações. E claro, muitas dessas inovações ajudam a alcançar objetivos de forma mais ágil. Isso é bem-vindo. Mas quando o limite entre o real e o superficial é ultrapassado, começamos a nos perder. Não sou contra o uso de IA ou templates; sou a favor de otimizar processos, desde que isso não substitua o verdadeiro trabalho e reflexão.
O problema é que as pessoas estão indo direto para esses sites de templates e criando identidades visuais em minutos. Outro dia, estava no Instagram e vi uma bio com a descrição: "IA artista". Não soube como reagir, a não ser fazendo uma analogia com coisas da vida, bom então eu vou fazer um miojo e dizer que eu fiz um Fettuccine Alfredo, ou melhor, irei comprar vários legumes em conserva e dizer que é um ratatouille.
Consegui chegar a uma conclusão, o impacto do consumismo digital e na busca incansável por produtividade a qualquer custo. Surge então a questão: como ir contra isso? Como mostrar que o design, como qualquer arte, exige tempo e processos bem pensados?
Eu acredito que o design não é sobre velocidade. Não é sobre seguir tendências passageiras ou usar atalhos que ignoram a essência de uma marca. O design deve ser sobre transformação, uma jornada metódica, onde cada decisão é pensada, cada detalhe é considerado, e o resultado final é uma expressão autêntica.
Minha marca pessoal é uma rejeição clara ao movimento do Fast Design e à superficialidade do marketing persuasivo. Não me alinho com o uso de templates genéricos ou abordagens que exploram o design e forçam o consumo.
Meu processo é metódico, organizado e profundamente estratégico. Valorizo a exclusividade e a qualidade em cada detalhe, criando identidades visuais autênticas e personalizadas para marcas que, assim como eu, repudiam a pressa e o comum. Acredito que o design é um investimento de longo prazo, onde a originalidade e o valor agregado falam mais alto que as tendências passageiras ou soluções rápidas.
Minha missão é criar para marcas que valorizam o processo, a autenticidade e a construção de algo significativo.
O logo é uma expressão clara de transformação, inspirado na mariposa Acherontia atropos, conhecida por sua característica de ter o formato de uma caveira nas costas. Isso remete muito ao que quero transmitir através do meu design: transformação. A ponta do logo é o bico de uma caneta de tinteiro, que representa o meu compromisso com a metodologia.
A paleta de cores é composta por preto, branco e laranja. A cor foi pensada para representar as fases do dia. Ao contrário do que muitos acreditam — ou do que apenas eu acredito — o céu começa e termina na cor laranja, e isso indica transformação e mudança. O preto e o branco representam os períodos sólidos do dia.